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4.11.08

Maratona que eu não faço



Levantei sentindo um peso extra da gravidade, que de grave não tem nada.

Aguda como a nota mais alta do violino ela se pôs na minha frente e a cada dois passos que eu dava pra frente ela me empurrava fazendo com que eu retrocedesse um.

O sono também me acompanhava.

Ele pequenino, um menino gorducho que diminui depois de uma "quase" noite de sono, mas não emagreceu, só ficou com suas gordurinhas mais acentuadas fazendo bolsinhas nos cantos dos meus olhos.

Pulava sentado em meus ombros, enquanto a preguiça me fazia voltar passos na caminhada até o chuveiro salvador.

Com essas condições, em minha lenta maratona dos cinco metros profundamente sonolentos, eu não aguentei e sentei no vaso sanitário.

Esse servia bem como cock-pit, para alguém que se sentia com o peso de um gigante.

Olhei para o chuveiro, vi o sol que o iluminava pela janela e entendi que ali havia uma luz salvadora.

Sentia o sono me provocar ainda mais pulando em pé nos meus ombros e a preguiça se pendurava nas minhas pálpebras todas as vezes que eu esfregava os olhos.

Olhei novamente pro chuveiro e sem nenhuma coragem a vista e me levantei com aqueles dois ainda em cima de mim.

Não fiz nenhum esforço, só me entreguei as gotas do chuveiro.

Logo me refiz, e como a preguiça é de papel e o sono tem medo de tomar banho me livrei dos dois.

Agora estou acordada, e continuo dizendo que o só o chuveiro salva agente da preguiça e do sono.
Acho que vou fazer uma campanha pela canonização dele.

1.11.08

Não perdendo mais tempo

Hil. Um dia nascendo nos braços de um novo amor.


Certamente eu não esperava isso.

Mas como se diz, essas coisas acontecem quando menos se espera.

Anteontem eu acordei com um fantasma antigo, havia sonhado com O ex, e isso me fez perder um dia lembrando de momentos que eu não voltarão mais. Me fez querê-los de volta com todas as forças.

Lembrar de algo bom que passou, que morreu, nos faz esquecer do futuro.

E por uns dois dias eu fiquei perdida no passado, e travei uma batalha comigo mesma, lembrando dos meus acertos e erros e me perguntando por quê.

Isso nos faz perder muito tempo...

Me fez perder tempo.

Mas ontem, eu aprendi que a dor de amor - ou pelo menos acho- morre quando menos se espera.
Quando aparece um novo amor.

Hoje eu sonho, penso, e sinto um novo amor. Ou pelo menos, uma nova paixão.

E isso é bom.

É tão bom que meu coração sente mais um alívio, sente também que está mais forte.

Já venceu aquilo tudo, e sabe que não vai mais sofrer se não der certo.

Com o a tristeza se aprende muito, mas está na hora de ser feliz.