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4.11.08

Maratona que eu não faço



Levantei sentindo um peso extra da gravidade, que de grave não tem nada.

Aguda como a nota mais alta do violino ela se pôs na minha frente e a cada dois passos que eu dava pra frente ela me empurrava fazendo com que eu retrocedesse um.

O sono também me acompanhava.

Ele pequenino, um menino gorducho que diminui depois de uma "quase" noite de sono, mas não emagreceu, só ficou com suas gordurinhas mais acentuadas fazendo bolsinhas nos cantos dos meus olhos.

Pulava sentado em meus ombros, enquanto a preguiça me fazia voltar passos na caminhada até o chuveiro salvador.

Com essas condições, em minha lenta maratona dos cinco metros profundamente sonolentos, eu não aguentei e sentei no vaso sanitário.

Esse servia bem como cock-pit, para alguém que se sentia com o peso de um gigante.

Olhei para o chuveiro, vi o sol que o iluminava pela janela e entendi que ali havia uma luz salvadora.

Sentia o sono me provocar ainda mais pulando em pé nos meus ombros e a preguiça se pendurava nas minhas pálpebras todas as vezes que eu esfregava os olhos.

Olhei novamente pro chuveiro e sem nenhuma coragem a vista e me levantei com aqueles dois ainda em cima de mim.

Não fiz nenhum esforço, só me entreguei as gotas do chuveiro.

Logo me refiz, e como a preguiça é de papel e o sono tem medo de tomar banho me livrei dos dois.

Agora estou acordada, e continuo dizendo que o só o chuveiro salva agente da preguiça e do sono.
Acho que vou fazer uma campanha pela canonização dele.

Um comentário:

Giuliane disse...

Todo dia faço o msm ritual, acordo na hora certa mas sempre preciso de mais dez minutinhos e eles sempre se prolongam. Levanto com uma preguiça enorme, tomo banho, me arrumo e vou trabalhar. Só que no meu caso o que espanta minha preguiça é um cafezinho que tomo na barraquinha do ponto de onibus. Depois dele me sinto viva.

Adorei o blog!
smacks