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20.3.08

It's raining, man!!!

Maria num dia chuvoso e frio.
O gelo do ar condicionado de seu escritório lhe entristece, os papéis amontoados só lhe causam mais raiva de estar trabalhando naquele dia(véspera de feriado), então ela acaba deixando as coisas de lado um pouco e escreve, para se livrar do que está preso em seu coração.


Chuva,

Os dias de chuva parecem me sugerir uma preguiça natural, e os de inverno são como a gravidade me empurrando para debaixo dos meus cobertores.

Dá preguiça mesmo né?

E carência também, o que me falta nesses dias é a companhia de quem eu gosto, ou melhor, amo...

E na relatividade do nosso relacionamento, a companhia dele por si só já não basta. Porque meu sentimento é mais sério, e quando se gosta de verdade, há uma vontade imensa de se ter a certeza de que aquela pessoa só está com você.

Explicando melhor:

FICAR NÃO É O MELHOR RELACIONAMENTO PARA SE TER COM ALGUÉM QUE AMAMOS!!!!!!!!!!

Ficar é brincadeira, é curtir...

Será que ele não entende, ou porque isso é natural dos homens?

Me sinto muito triste por isso.



14.3.08

Pouco... demais?!

Pouco amor é como dar só uma mordida no brigadeiro

Hoje eu entendi que quando agente ama se contenta com muito pouco...

Uma palavra, um carinho, um beijo mais forte, tudo isso é pouco demais pra quem é racional

E estar junto de uma pessoa por racionalidade deve ser muito menos sofrível do que com uma pessoa que se ama.

Digo isso porque nunca estive com alguém por racionalidade e também porque sou meio maria-vai-com-as-outras...

Mas acho que a racionalidade não traz tanta felicidade, ou o muito que o racional tem às vezes abusa...

Eu não sei...

Só sei que realmente sou uma apaixonada que se satisfaz com pouco.

O pouco de alguém que parece ser naturalmente racional, ou pelo menos eu acho que é. Ele é homem, e poucos homens são apaixonados, amam de verdade.

Só os poetas conseguem tal proeza, eu gostaria de ter um poeta ao meu lado.

Bem... na verdade eu tenho um poeta em minha alma e creio que outros não conseguiram se aproximar de mim, já tenho poesia demais para dois.
e tenho amor demais para dois, por isso, acho, que me contento com tão pouco.
Há poesia e amor demais dentro de mim.


13.3.08

Paquerar no ônibus


Teve que ficar em pé no ônibus. Isso era chato, ainda mais por ter que ser a única, ver todas as pessoas sentadas e se ver em pé chamando atenção de todos os olhares para si.
E entre todos esses olhares, um mais insistente a incomodava. Não só pela sua insistência, mas pela sua cor, seu encanto.
Era um garoto bonito, de traços fortes, olhos verde água que eram mais que apenas um olhar, neles ela podia sentir a paixão que nunca sentira no olhar de todos os homens que a disseram “eu te amo”.
O tempo foi passando, e no caminho ela revesava entre olhar para a janela ou ver no reflexo do vidro o olhar verde e chamativo que sem querer a hipnotizava (ou melhor, ela se deixava hipnotizar).
Passaram-se alguns minutos, e a moça que estava ao lado dele levantou-se e desceu do ônibus. Sem saber o que fazer (se sentava ou continuava de pé) ficou paralisada, até que um homem se aproximou do local vago e iria se sentar, mas por educação ofereceu o lugar a ela. Ela não poderia recusar diante desse gesto, e sentou-se.
E ao lado dele, fora do alcance direto de seu olhar, não se sentia menos encabulada, seu coração batia um pouco mais acelerado. Aos poucos, estava ficando cada vez mais difícil conter o nervosismo, e até a dúvida entre cruzar as pernas e sentar normalmente era cruel em sua mente.
Um estalo de consciência tomou sua mente fazendo com que ela pensasse em qualquer coisa que não fosse aquele garoto que estava ao seu lado, ele que fazia com que sua imaginação voasse com a possibilidade de ser verdadeiramente amada.
Até certo ponto do caminho, tudo corria dessa forma, ela guardava seu nervosismo e ele a admirava discretamente. Até que algo inusitado acontecera, um homem bêbado ficou em pé ao lado do assento dela, e não haveria problema se o homem bêbado não estivesse cochilando em pé quase caindo em cima dela.
Apesar disso, ela não se sentia tão nervosa com o fato de haver um homem bêbado ao seu lado, aquele homem era apenas um detalhe do cenário ao redor.
E havia outra coisa que ela não percebera, ao contrário dela, o garoto estava incomodado com a presença do homem bêbado ao lado dela – o fato de haver alguém que estragaria aquele momento ao lado daquela garota o deixava incomodado.
Ele a sentia, e queria dizer no ouvido dela tudo o que se passava dentro de si quando ele olhava em seus olhos.
Ela apenas olhava para baixo como se olhar ao redor fosse extremamente difícil.
O homem bêbado acabou dormindo em pé, e por um momento ele sucumbiu quase caindo em cima da garota.
O rapaz, que estava atento àquela situação, ficou inquieto e tomou uma atitude, virou-se e cochichou no ouvido dela:
– Vem para o meu lado, vem...
E mais que surpresa, arrepiada, ela não estava completamente atenta à situação ao seu redor. Mas mesmo assim, não houve outra resposta, sem palavras ela balançou a cabeça afirmativamente e logo estava sentado no lugar que ele ocupou, e finalmente olhando ao redor ela conseguiu entender o que estava acontecendo, e melhor, consegui olhar nos olhos do rapaz.
Eles se encararam por um breve momento, que para os dois pareceu uma grande parte do caminho que fizeram, sem dúvida estavam apaixonados, mas ainda faltava algo...
Olhar nos olhos foi breve não por vontade deles, mas porque o bêbado logo veio interrompendo e falou para o rapaz:
– Amigo... Me desculpe... mas eu não quis mexer com sua mulher – ela arregalou os olhos e pensou: “mulher???” e o bêbado continuou:
– Eu sou uma pessoa que realmente não gosta de mexer com a mulher dos outros, e com sua mulher eu não quis mexer, viu?! – Enquanto o homem falava isso, o rapaz dava uma atenção meio sarcástica, como se estivesse ouvindo uma piada. A garota ouvia tudo o que o homem falava e segurava o riso.
Muitas outras palavras enroladas vieram do bêbado, até que o rapaz, meio sem jeito, levantou-se e certamente ia descer. A garota olhou para ele e com o olhar pediu que não descesse, mas ele não podia fazer nada.
O ônibus parou e ele desceu, mas não sem antes dizer:
–Tchau amor...
Ela ficou novamente sem palavras, só conseguiu responder com um sorriso. E ainda do lado de fora do ônibus ele olhava para ela.
O ônibus seguiu sua viajem e a garota foi só, perdendo toda aquela esperança de um grande amor, novamente...