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23.2.09

Mediadora de briga


-Hija vá dizer ao su padre que faça isso agora!

-Si mamá...

-Hija, diga a tu madre que no estoy con um pingo de vontade de hacer o que ela me manda.

-Si papá...

-No me diga! Porque ele no quier hacer o que lhe mando?

-Yo no sei mamá...

-Diga a ele que estoy mui raivosa con ele! Mandes ele deixar de ser preguiçoso!

-Si mamá...

-O que é? No creo no que me dices! Ela está louca? Pois diga àquela louca que eu não sou preguiçoso! E que se quiser faça ela mesma.

-Si papá...

-No me diga! O que aquele porco preguiçoso disse a ti?! Pois então diga a ele que yo no tenho vontade de passar nem de lavar, nem de cozinhar e nem de dormir ao lado dele!!!

-Si mamá...

-Mui bueno! Que ela faça o que quiser! ESTA MUJER LOCA!! YO NO LIGO!!! Agora vá chica! Saia da sala que su padre está a assistir o noticiário...

-Si papá...


-Safado! (jogando o copo de vidro no chão) PREGUIÇOSO! CACHORRO!

-Ahhhhhh!(la madre sai chorando e bate a porta do quarto) Que vida maldita Dios mio!!!!!

-Buenas noches mamá... Buenas noches papá...

18.2.09

Talvez


Se eu pudesse escolher um fim para todas as minhas dores

e um caminho para todos os meus passos,

talvez eu escolheria ir até o fim do arco-íris e encontrar um tesouro.


Talvez eu escolha viver uma vida cheia de alegria,

talvez eu escolha amar imensamente,

talvez eu escolha o que a vida escolher.


Nunca se sabe o que se pode acontecer,

escolhemos coisas nas nossas vidas,

mas isso pode ser apenas uma vontade,

porque a vida faz com que nós estejamos sempre sujeitos a um talvez.


Imagina se todas as pessoas realizassem seus desejos,

todos seriam grandes, todos seriam felizes... Ou não?


Não há conto ou vontade que possa se realizar se a vida não quiser,

e nós somos um pacote de vontades, cheio de alegrias e expectativas.


Temos até caminhos para escolher,

mas nossos desejos são só plantinhas regadas pela vida.


Num dia de sol, ela vem e pode queimar as folhinhas da planta,

num dia de chuva, pode rega-la, e no final só o tempo quem irá nos responder

se a vida quis ou não nos deixar realizar nossos desejos.


E, se não, a própria vida vem nos colocar para dormir de tanto chorarmos.

Ela sempre tem uma canção de ninar para que nós comecemos a dormir e sonhar novos sonhos,

que ela um dia, com pena, irá deixar com que realizemos.

10.2.09

A Colombina e seus carnavais

Todos os carnavais ela se pinta, e vai dançar na rua a folia de ser mais uma no meio de uma multidão louca, sedenta de alegria, dança e música.

Ela se pinta pra esconder que em seu rosto há uma expressão de desagrado e tristeza causada pela dor de cotovelo que a acompanha em todos os carnavais.

Acompanhada da dor, ela sobe no ônibus e vai, com seus tênis All Star falsiê, até o lugar onde estão alguns amigos, amigos de amigos e amigos dos amigos dos amigos. Todos que, até o fim da noite, se tornarão seus amigos.

É sempre assim: Maquiagem, dor de cotovelo, All Star... Todos os anos.

Mas falta citar que também há sempre um cara que ela escolhe, cada carnaval, no meio da festa, não para afastar a sua dor de cotovelo. Não... Esta não precisa de remédio, já foi afastada pela maquiagem.

Ela escolhe um homem, pra chamar de seu, alguém para acompanhá-la num frevo, para fazê-la se sentir a rainha da bateria quando houver um samba ou até para agarrá-la quando um forró deslocado aparecer na mala de uma carro para encrementar a brasilidade do carnaval.

Esse homem não precisa ser ninguém demais, não precisa ser ninguém igual ao Pierrô, basta só ser alguém.

Alguém que a beije até o fim da noite.

E que traga aquela coisa de felicidade banal, aquela felicidade que dure pelo menos até o fim do carnaval.

8.2.09

Confissões a nível de divã 1


-Pode falar, estou ouvindo.

-Nunca sei o que dizer.

-Então comece pelo que sente.

-Meu maior medo é esse... Sempre há falhas ou palavras repetidas, ou pior, não sei agir. Não penso e ajo.

-Esta é uma boa hora de pensar e agir, comece me dizendo como você faria.

-Acabo errando, acho que neste momento estou errada.
-Não, Você não está errada, faça do jeito que você tanto realiza, ande.

-Não sei... Posso estragar algo que amo para sempre. Essa coisa de ser errada sempre fez parte de mim. Essa coisa de ter medo sempre fez parte de mim. Sempre penso em mudar, me obrigo a isso, mas quando chega a hora, eu mesma paro.
-Acha mesmo que mudar é a solução? Seja você mesma.

-Só queria ser boa em algo, poder me orgulhar de mim.

-Deixe seus sentimentos te guiarem, eles vão te dizaer como agir certo, siga seu coração.

-Não sei se devo. Até quando eu estou demonstrando um sentimento, parece ser falso, porque não consigo fazê-lo certo.
-Não é falso, é apenas insegurança.

-É essa é a palavra certa... INSEGURANÇA! Sei que é, sabe por que? Não sei falar, não sei agir, nem sei me impor, nem o jeito certo de me expor.

-Muito bem! Então, o que você me diz?
Ainda não cresci.

1.2.09

Incomum


Olhar meus dentes não é nada comparado a ver seu rosto branco com seus olhos verdes cravados nele.

Seu olhar confuso de quando te vejo de cima, seu olhar decidido quando me encara.

Na minha vida, evitei encarar todos os meus amores para esquecer seus rostos facilmente, e consegui.

Será que seu rosto, seus olhos, seu olhar, vão se atrever a sair da minha vida um dia?

E você irá se atrever a estar comigo para sempre?

Seu jeito diferente de pensar, pensa o que de mim?

Seu jeito diferente de sentir, sente o que por mim?

Porquê você nunca diz que me ama? Talvez porquê nunca, antes de mim, ouviu "eu te amo"...
E agora que ouve, e se quiser ouve toda hora, porquê não responde?

Ou talvez seja porque não sente isso...

Acho que tantas perguntas devem ser como um abuso à sua intimidade tão bem guardada, sua forma de pensar que você oculta.

Não tenha medo de me mostrar quem realmente é. Não vou te deixar por isso, não quero perder você.

Porque não há nada comparado a ver seu rosto branco com seus olhos verdes cravados nele.

Nem olhar meus dentes.