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22.1.09

Extraterrestre - pensamentos que voam


Vivo em outro planeta.

Outro mundo, sim.

Há uma imitação das características da sociedade terráquia, mas muito pouco usadas por mim, que sou extraterrestre.

Por exemplo, aqui na Terra, as pessoas têm seus pensamentos e lembranças, todos, dentro de suas cabeças.

Eu já me peguei pensando em cima de uma cadeira, numa pia, em 2 olhos, em um amor, em uma dor...

Mas nunca dentro de minha cabeça.

Tenho que guardar nomes em papéis, porque se colocá-los em minha cabeça, eles voam com o primeiro vento.

Meus pensamentos (que as vezes nem cabem na minha cabeça) se tornam tão maiores que eu, ao ponto de me darem a mão e me colocam nas costas para conhecer meu verdadeiro planeta.

Já fui deste planeta, já consegui me relacionar com as pessoas.

Agora, esqueci onde e quando colocar as palavras da língua terrestre e até mesmo sorrisos e seriedade.

Pelo menos, para não me mostrar tão estranho, me oculto atrás de fones de ouvido ou de um livro, na maoiria das vezes sabendo tudo o que se passa ao meu redor.

Ou então, simplesmente não me escondo, subo nas costas de um dos meus pensamentos e vou brincar de cavalinho no meu mundo

13.1.09

Felicidade que dura pouco

Um dia que passa tão rápido, é injusto por ter ido logo.

No começo agente acha que é sonho, demora a se acostumar e fica com uma alegria enorme e confusa.

As horas vão se passando, e finalmente, agente aceita e, de tão feliz, esquece de não se acostumar(pois é somente por um dia), se sentindo numa espécie de paraíso.

E aí, a Lua Cheia chega, anoitece, e o dia está começando a ir embora, e os momentos vão junto, todos juntos...

Só ficam as lembranças e a dor da rasteira que agente leva para largar as coisas boas.

Eu não sei como agir essas horas.

Às vezes só lembro.

12.1.09

Sozinha

Não sei se fui feita para ficar só, para ser sozinha.

Não sei também se o que eu considero estar só é realmente solidão.

Muitas vezes eu sinto o vazio de quem não tem uma companhia ao lado, mesmo tendo várias pessoas ao meu redor...

Nas vezes em que parece haver uma multiplicação dos pares, todas pessoas sorriem para alguém ao lado, todos conversam e dividem idéias ou apenas simpatia. Eu divido comigo mesma todas as idéias, sorrisos e simpatias.

Divido ao meio uma alegria que fica com a outra metade perdida, em algum lugar onde eu mesma me perco às vezes.

Não sei onde ficam e nem para onde vão todas as outras metades das coisas em minha vida. Elas todas estão soltas por aí.

Pelo menos aprendi que posso ocupar 2 lugares. Consigo estar comigo ao invés de me sentir só.

No meu lado, me sinto uma tagarela falando comigo os segredos que não podem ser divididos com ninguém mais.

Não gosto.

Mas o que parece, é que fui feita para ser minha companheira...

Ou será que estou errada?

Gostaria muito de estar errada de verdade.

2.1.09

Presentes


Tava olhando algumas das coisas que deixaram minha vida no ano passado.

Foram coisas importantíssimas, das quais tenho mais que lembranças dentro de mim, tenho o cheiro, o gosto, o calor. Elas são como um cristalzinho que o Sol deixou cair todos os dias em que nasceu.

Delas eu sinto saudade. Lembro e pareço ainda vivê-las. Mesmo tendo uma distância muito grande entre mim e elas, fecho os olhos e as vejo passando por mim como uma rotina inacabada, uma rotina que ainda vai fazer parte da minha vida por muito tempo.

Isso tudo me é tão confuso que, no fundo, a incerteza fica dentro de mim, eu sei que elas se foram porque é natural que tenham ido, me deixaram. Mas será que eu as deixei?

Não sei. Esta é uma das muitas coisas desconhecidas para mim, não sei responder só vivo.

Aproveitando, por falar das coisas que me deixaram, não só perdi. Ganhei muitas coisas também.

Peguei tudo o que ganhei e coloquei em cima da minha cama, espalhei todas para sorrir e agradecer pelos presentes. A maioria ganho todos os dias desde o começo da minha vida, outras são presentes de 2008 mesmo.

Adoro todos eles.

Mas o presente que mais me conquistou é um par de olhos verdes.

Esses eu ganhei em frente ao Mar, trazidos pela Maresia num beijo do Vento. Desde a primeira vez que vi, soube que eram presente de Deus.

Eles são bem verdes mesmo!

De dia consigo reparar nas pupilas, que de tão grandes, são quase do tamanho da íris. Na escuridão, à noite, os olhos verdes ficam incolores, transparentes que, se olhados diretamente assustam.

Mas olhando do jeito que eles me olham, eu só sinto flutuar.

Os meus olhos verdes me olham esquadrinhando meu rosto, e às vezes, me examinando com a ponta dos dedos.

É dificil não perder a concentração olhando para eles. Eu me perco da minha alma se me deixo hipnotizar por eles.

Eu os amo.

Amo tanto que sonho com eles, mesmo os tento ao meu lado à noite.

Quero tê-los para sempre comigo.

Quero tê-lo para sempre em minha vida.

Se tornaram preciosos para mim. E sei que neste ano novo os verei muito, será o começo de um par de olhos verdes em minha vida de olhos castanhos.