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22.11.09

Você não sabe...

Será que você sabe que eu estou aqui tão longe de você, ouvindo sua voz que canta e não é só pra mim?
Será que você ouviria meus suspiros se eu estivesse agora ao seu lado olhando o seu rosto?


And what would you say if I lie at your side and stay looking only you sleeping, and feel your breath?
I just wanted to know if you would fall in love for me...
Because everytime I see you and listen you, it looks like I want to die to born again.
But, that's fine, 'cause I'm like this.
I'm a dreamer, living in dreams of infinity happiness.
And, who knows if someday we'll find each other?
I'll dream in a reality.
It will be like the first birthday party I've never had. We'll sing, we'll dance, and I will ask you to play your music to me forver.
You will answer yes, and you will kiss me. And I will sleep to come back to my real life...

Será que um dia você vai entender quem eu sou e vai virar meu príncipe...?
Ou será que eu vou acordar do sonho iluminado?

12.9.09

Meu mundo


Sou uma pessoa tão fora deste mundo...


Vivo a maior parte do tempo perdida no meu mundo


tentando me fazer feliz com qualquer coisa.


Nele esqueço a maioria das coisas que são importantes para viver


e fazer com que o resto do mundo saiba da minha existência


ou pelo menos, onde eu passo a maior parte do tempo.


Quando retorno ao mundo da maioria,


tenho surpresas que não consigo criar em mim no meu mundo.


Só o Pequeno Príncipe saberia do que estou falando agora.


Mas as surpresas nem sempre são boas


e quando uma das tristezas me atinge,


a gravidade do meu mundo me puxa de volta e fico longe por um bom tempo.


Um dia eu gostaria de trazer, de verdade, o meu mundo.


Mostrar numa tela gigante


tudo o que me faz viver tanto tempo fora deste mundo.


E tenho certeza, que se fizesse isso, não seria a única.

7.8.09

Saco cheio

Não quero mais nunca viver
ou pelo menos a sensação
de que tenho uma vida pra cuidar.
Não quero saber de mim mesma
sabendo que muitos
so querem o bem de si próprios.

Estou de saco cheio de querer crescer
porque as pessoas que crescem
não querem ver as outras
chegarem ao mesmo nível.

Cansei de ouvir
todas as mesmas palavras idiotas
essas regras que todos me dão
mas que são
as impraticáveis teorias
do comportamento correto.

E pra quem pensa que sou rebelde,
sem vergonha ou atrevida,
antes fosse eu ser assim.
Sei que esses agem e encaram
as consequências de um "fui eu".

Sou fraca.
Não covarde, porque os covardes
logo se safam dizendo "eu não!!"
Eu como fraca nem digo nada,
nem faço nada, só obedeço
as ordens mesquinhas
que me são dadas.

Tenho muitas saudades
do tempo em que o mundo era só
o lugar que eu vivia.
Agora entendi que o mundo é
um grande ringue,
e que a vida é uma eterna briga.

16.7.09

Remember the world - Pensando muito


Acho que penso tanto em você
que em algum ponto do espaço/tempo,
isso se reverte em confusão
e algo bloqueia sua vontade
de pensar em mim também.

E no nosso mundo,
porque ele é meu e seu, logo, é nosso.

Fica alguém que,
de tanto lembrar da sua metade
(sabe? a outra banda da maçã
ou outro pólo do planeta)
e não ser lembrado do jeito que gostaria,
se deu conta, tristemente,
que pensa pelos dois.

E não vai ser lembrada tão cedo,
se não for colocar na cabecinha da outra metade
que deve lembrar dela sempre.

Mas, enquanto não pode fazer isto,
(porque você sumiu do mapa)
fica se perguntando
se ela ainda vive dentro do lugar
onde você guarda as pessoas que ama.

Vive?

2.7.09

Um retrato guardado. Relato de quem viveu.


Ele tinha namoradas e amigas,
vivia normalmente e amava normalmente.
Estava com um casamento em vista.
Mas encontrou um amor longe,
que lhe fez viajar para longe também da idéia de casar.

Foi atrás desse amor distante
e quando se distanciou demais
encontrou outro amor que estava bem perto,
mas não era um amor seu, o amor era dela.

Se entregou aos dois amores,
o que ele queria e estava longe
e o que o queria e estava por perto.

Mas, dois amores não podem ocupar o mesmo coração ao mesmo tempo.
Os dois corações
estavam tão apertados dentro do dele,
que se magoaram.

E ao contrário do que se pensa,
os dois ao invés de desistirem lutaram.
E a luta doeu, e magoou mais ainda.

Dos dois corações, o que dava amor não tinha mais forças
porque não era amado.
Então desistiu.
O outro coração que venceu a luta
acabou perdendo pelos seus próprios méritos.

No final,
ele ficou só, acompanhado de sua carência e solidão.
Na verdade o fim desta história ainda está longe de acabar.
Porque agora,
ele quem luta para que sua solidão não o acompanhe sempre.

28.6.09

Festas Juninas em preto, branco e cores desbotadas...



Chega o início de junho...

-Hum! Esse mês vai ter festa em todo canto!
Primeiro no dia de Santo Antônio, claro né?! Tem que fazer uma festinha pro santo...
Depois a do meu aniversário...
E então o São João e o São Pedro!

Esse é só o primeiro dia, de todos os que ela ainda vai planejar, cada um com calma para que nada dê errado. As primeiras semanas se passam e chega o dia 13, dia de Santo Antônio...

- Vamo sair né galera?!

-Eu num posso... estou sem grana...
-Eu vou sair com MEU NAMORADO!

-Eu ODEIO festa junina.

-Sei não... acho que não vai ter graça. Se a galera num for eu também não vou.


-Ok... Tudo bem então...
Ela sai com a mão no bolso, dá uma volta e segue para casa dormir. Alguns dias depois, precisamente na véspera do seu aniversário, mais uam tentativa. Agora por telefone.

Telefonema 1
-Ah, hoje não tem desculpa né? É meu aniversário poxa! Você vai, nem que eu tenha que te empurrar até lá.

-Tá bem... Mas eu não posso passar muito tempo lá. Só vou pra te dar uma abraço viu?

-ÊÊÊÊ!! Que bom!

Telefonema 2
- E aí vamo? Por favor vai?!

-Ok... Ok... Mas meu amorzinho vai tá?

-Tá bommmm...(animação sarcástica)

Telefonema 3
-Quero você lá viu?

-E quem vai?

-Fulana e o namorado... -Cicrano...

-E seu namorado?

-Tá doente
-Ok então. Contanto que eu não segure vela...

-Não você não vai. Prometo...
Telefonema 4

-Você vai né? Pelo menos você cara...!

- O namorado de Fulana vai?

- ... vai ...

-Desculpa mas num vai dar pra ir, você sabe que eu não engulo aquele cara.

-Ok então, é uma pena você não ir...

Alguns dias depois, antes do São João.

- E ai? como vai ser o feriado?

- Vamos trabalhar na véspera.

-Poxa..

Mas mesmo assim ela não desistiu e chamou, ou melhor, tentou chamar a galera.

Telefonema 1

-"O número que você ligou está fora de área ou desligado"

Telefonema 2

-Triiiiiiiiiiim! Triiiiiiiiiiiiiiiiim! Triiiiiiiiiiiiiiiiim! Triiiiiiiiiiiiiiiiim! Triiiiiiiiiiiiiiiiim! Triiiiiiiiiiiiiiiiim! Triiiiiiiiiiiiiiiiim! Triiiiiiiiiiiiiiiiim! Triiiiiiiiiiiiiiiiim! Triiiiiiiiiiiiiiiiim! Triiiiiiiiiiiiiiiiim!Triiiiiiiiiiiiiiiiim! Triiiiiiiiii.... TU TU TU TU TU TU....

Telefonema 3


- Rapaiz acordei agora, trabalhei até as duas da manhã...

- Mas e aí? Vamo ou não vamo?! Mas olhe que vai ser uma festa divertida lá no centro!

- Num sei, quem vai?

- ...

- Não vai ser animado. Vou não.

- Ok então.

Passou o dia todo trancada no quarto, descabelada jogando no computador.

Então chegamos no dia 29, o último dia festivo de junho.

-...
-É, ninguém pra sair. Vou terminar de jogar Super Mário, quem sabe eu não termino a fase 95...

Ela zerou o jogo.

18.5.09

Busca


Na busca incessante por nosso lugar no espaço andamos muitos caminhos dos quais nem imaginaríamos precorrer. Nos sentimos até perdidos algumas vezes, sem saber se, de fato, vamos conseguir o que queremos.

Mergulhamos nas águas turvas da incerteza, vamos nos deixando levar pela correnteza sem saber onde é a queda d'água mais próxima.


Mas conheço pessoas que nadam contra a correnteza dizendo "
meu caminho quem faz sou eu", e vejo a maioria sendo carregada depois pela água, impedidos de nadar mais por cãimbras, contusões ou algumas outras coisas que os mostraram que na vida agente deve ir com calma.

Dar passos no escuro não significa que não temos certeza do que queremos. Não siginifica que somos fracos ou covardes.


Ao contrário de tudo o que se pensa, também, ficar parado não é um erro. Esperar a hora certa de agir é tão sábio quanto se apostar sua única ficha em algo incerto. É tão corajoso quanto.


Porque na vida, a maioria das coisas que fazemos são erros, dos quais nos arrependemos apenas.

Nunca pensamos nesses erros como lições, nunca pensamos que deles nós tiraremos o aprendizado de como executar tal coisa de uma maneira diferente, ou pelo menos não da maneira errada que fizemos da primeira vez.

Poderemos até errar de novo, mas vamos entender aos poucos como se age, sente, vive.


E, na nossa busca, teremos aos poucos um registro de nossa coragem de tentar buscar na vida um sentido pra se ter prazer em viver.

8.5.09

Besoin de l'instant


Se num abraço as pessoas esquecem que estão tristes
eu gostaria de esquecer que tenho medo de viver só.

Queria depois de estar com o coração cansado de se desiludir
um abraço para esquecer que a vida não é uma ilusão boa.

Seria pra mim como se eu conseguisse levitar
depois de ter enchido meu corpo de terra.

Gostaria de sentir o sentimento e sentir mais ainda.
E quando ele estivesse cansado de ser sentido
pedisse que eu o sentisse ainda mais.

Que ele me dissesse:
- Meu amor, estou aqui.
Eu não hesitaria em sorrir
nem esqueceria de derramar minhas lágrimas.

Sei que ele iria estar cheio de meus problemas,
mas acho que comigo ele iria esquecer até os dele.

Eu o levaria aos poucos pro meu mundo
e de vez em quando eu iria pedir para entrar no dele.

E então não haveria decepção nem tristeza,
e se houvesse, agente iria se explicar
agente iria tentar ser o mais surreal possível
pra tentar amenizar certas dores.

Não teríamos medo de entrar num conto de fadas,
nem de sair dele.
Simplesmente viveríamos momentos
desligando o raciocínio
e todas as outras coisas que nos impedisse de sentir.

Não descutiríamos pelos erros,
nós só lembraríamos deles
para que eles sejam reconhecidos antes de passar por nós.

E o mais importante:
Ele me daria a mão
e perceberia que eu preciso dele,
sem que houvesse necessidade
de que saíssem lágimas dos meus olhos.

6.5.09

Por aí


Eu vivo doida por aí
num mundo onde há vários loucos como eu
Jovens que são mais românticos que um poeta
Maníacos pela alegria e o amor
Não se assuste,
pois eu nao me assusto com isso.

Nós saímos nas ruas
Nós agimos como se o mundo fosse um picadeiro
Mas, não só fazemos palhaçadas
não só fazemos rir
Nós fazemos medos a nós mesmos,de vez em quando
Também fugimos dos medos, de vez em quando.

Nos afogamos em cervejas e bebidas
Cigarros e pós
Ou nem sempre nos fabricados
Nos afogamos nos corpos uns dos outros
No nosso próprio suor

A vida à vezes começa só à noite
Quando nós realmente dançamos e nos divertimos
Voamos de nossas casas e até de nossas cidades
Para alcançar sei-lá-o-quê em algum lugar


E no final é só o dia amanhecendo
E no final o mundo volta ao normal
Buscamos de volta o que ficou no caminho
Nos banhamos e colocamos mochilas nas costas
Para enchê-las de conhecimento durante o dia
E esvaziá-las com loucura durante a noite

29.4.09

Flor solitária


A tarde está caindo neste momento,
as cores de todas as coisas estão mais vivas do que no começo do dia.
O céu azul se mistura com a torre cinzenta de nuvens concentadas em algumas partes lá no alto.
O vento, não querendo estragar o momento,
passa pelo meu rosto como se fosse um beijo delicado,
como se pegasse com as duas mãos em meu rosto e me acariciasse.
Vai e vem como o mar
lavando meus sentimentos tristes que se encontram na flor da minha pele.
E minha pele desabrocha todas as vezes que o vento passa por mim.
Quando o sol se expõe saindo de trás de alguma nuvem,
se mostra em forma de desenhos e relfete em mim através das árvores.
Não esquenta mais, por ser quase noite,
mas atenua a cor da minha alegria de participar de tal cenário.
Eu, sentada na calçada, encostada no muro,
ouço minha música, deixando minha alma absorver a serenidade
e cada gota da pureza daquele momento.
Exalando o amor e a indecisão de quem vive.
Me sinto uma flor em meio à tarde solitária,
onde o desejo de ter meu amor ao lado
me faz aproveitar a companhia do amor que eu não sei onde está.
Só sei que esse amor se encontra perto de mim,
fazendo parte deste cenário de fim de tarde azul.

27.4.09

Barco Sem Vela - O Amor perdido no Mar.



Era um jogo no Mar, onde a solidão e as ondas brigavam para ver quem era maior.
Esperava até a hora de voltar,
como quem quisesse aprender que tudo tem sua hora, não só na teoria.
Ele tinha que praticar a paciência, tinha que fugir daquilo.
A maior dificuldade nisso tudo era que sabia de sua fraqueza,
de seu minúsculo tamanho comparado a suas vontades,
ao de sua vontade naquela hora.
Ou de sua fragilidade em relação a qualquer evento que ocorresse ali no Mar,
que - Meu Deus do Céu! - era imenso.
Pensou que gostaria de estar ao lado dela agora,
ela que, para ele, era uma sereia.

- ENTÃO DEVE TER SIDO POR ISSO QUEU VIM PRO MAR,
PRA MIM SENTÍ UM BUCADINHO MAIS PERTO DELA MEU DEUS.
PRA NUM SOFRÊ TANTO DESSA DÔ,
QUE AQUELA MULHÉ PLANTÔ NO MEU CORAÇÃO.
FICANO LONGE E PERTO AO MERMO TEMPO,
SEM TÊ NINGUEIM PRA CENSURÁ NOIS DOIS,
EU E A SEREIA.
PRO MAR LEVÁ IMBORA ESSA MINHA DÔ
PRO MAR TIRÁ ELA DE MIM E FICÁ COM ELA SÓ PRA ELE.

Um pescador perdido por falta de rumo e por uma mulher também.
Ele se achava assim toda vez que a via. Sentia mal por isso.

- PORQUE O AMOR TIRA AGENTE DO RUMO,
DO PRUMO E LEVA AGENTE PRO PARAÍSO.
ESSE AMOR QUE EU SINTO, NÃO.
ELE ME TIRA DE QUALQUER CAMINHO E EU FICO SEM SABÊ VOLTÁ.

Não aguentava mais a solidão que crescia ali,
mas também não podia voltar. Pois, se voltasse, se precipitaria
e não conseguiria mais domar a mais forte de suas vontades.
Então ele entendeu como deveria agir.
Porque uma mulher era o que lhe impulsionava a agir assim
e uma mulher seria, de toda forma, a causa de seu fim.
O Mar em que se refugiou o engoliria a qualquer momento.
Se escondeu pensando que teria na solidão a cura para a falta de sentidos
que um amor proibido lhe causou.
Um amor feito de desejo, do desejo. Esse tal que enlouquece.
O mal, que ele até então não conseguia derrotar,
vai morrer porque o Mar lhe dará pelo menos uma chance, uma vitória.
Ali onde estão o fim de suas dores e desejos, estará também o fim de sua vida.

9.4.09

A música, o amor.


Começa assim...
Eu me sinto solta
então os pedacinhos vão se juntando bem devagar
como se a cola viesse com a voz de um cantor melancólico.
Daí en diante eu vou começando a me levantar
eu consigo ouvir alguma coisa,
consigo ouvir a voz, consigo ouvir o som.
Eu levanto.
Num giro, vejo minha cabeça se erguer
num salto vejo minhas pernas voarem.
Sou agora parte de uma música.
O cantor bate palmas
e eu bato também.
Um pequeno grave melancólico sai novamente de sua voz
e uma lágrima sai dos meus olhos.
Sinto a alma do cantor na música
sinto minha alma voar para perto da dele.
Começo a dançar
a rodar.
A felicidade toma conta de meu corpo
a música me faz encher a alma de uma valsa incontrolável.
Então eu valso.
Valso, e valso, e sinto os sussuros do cantor no meu ouvido a ressonar as últimas palavras da letra.
Arrepio.
Ele diz que vai e eu tenho que ir junto.
Ele estica os dedos e eu pego em sua mão,
vamos agora meu amor, deixa a vida continuar.
Vamos agora andar na beira do mar,
até a vida de nós se cansar.

9.3.09

Janis Joplin - Summertime

De todas as músicas, essa é a que me faz achar os contos perdidos na minha mente...

23.2.09

Mediadora de briga


-Hija vá dizer ao su padre que faça isso agora!

-Si mamá...

-Hija, diga a tu madre que no estoy con um pingo de vontade de hacer o que ela me manda.

-Si papá...

-No me diga! Porque ele no quier hacer o que lhe mando?

-Yo no sei mamá...

-Diga a ele que estoy mui raivosa con ele! Mandes ele deixar de ser preguiçoso!

-Si mamá...

-O que é? No creo no que me dices! Ela está louca? Pois diga àquela louca que eu não sou preguiçoso! E que se quiser faça ela mesma.

-Si papá...

-No me diga! O que aquele porco preguiçoso disse a ti?! Pois então diga a ele que yo no tenho vontade de passar nem de lavar, nem de cozinhar e nem de dormir ao lado dele!!!

-Si mamá...

-Mui bueno! Que ela faça o que quiser! ESTA MUJER LOCA!! YO NO LIGO!!! Agora vá chica! Saia da sala que su padre está a assistir o noticiário...

-Si papá...


-Safado! (jogando o copo de vidro no chão) PREGUIÇOSO! CACHORRO!

-Ahhhhhh!(la madre sai chorando e bate a porta do quarto) Que vida maldita Dios mio!!!!!

-Buenas noches mamá... Buenas noches papá...

18.2.09

Talvez


Se eu pudesse escolher um fim para todas as minhas dores

e um caminho para todos os meus passos,

talvez eu escolheria ir até o fim do arco-íris e encontrar um tesouro.


Talvez eu escolha viver uma vida cheia de alegria,

talvez eu escolha amar imensamente,

talvez eu escolha o que a vida escolher.


Nunca se sabe o que se pode acontecer,

escolhemos coisas nas nossas vidas,

mas isso pode ser apenas uma vontade,

porque a vida faz com que nós estejamos sempre sujeitos a um talvez.


Imagina se todas as pessoas realizassem seus desejos,

todos seriam grandes, todos seriam felizes... Ou não?


Não há conto ou vontade que possa se realizar se a vida não quiser,

e nós somos um pacote de vontades, cheio de alegrias e expectativas.


Temos até caminhos para escolher,

mas nossos desejos são só plantinhas regadas pela vida.


Num dia de sol, ela vem e pode queimar as folhinhas da planta,

num dia de chuva, pode rega-la, e no final só o tempo quem irá nos responder

se a vida quis ou não nos deixar realizar nossos desejos.


E, se não, a própria vida vem nos colocar para dormir de tanto chorarmos.

Ela sempre tem uma canção de ninar para que nós comecemos a dormir e sonhar novos sonhos,

que ela um dia, com pena, irá deixar com que realizemos.

10.2.09

A Colombina e seus carnavais

Todos os carnavais ela se pinta, e vai dançar na rua a folia de ser mais uma no meio de uma multidão louca, sedenta de alegria, dança e música.

Ela se pinta pra esconder que em seu rosto há uma expressão de desagrado e tristeza causada pela dor de cotovelo que a acompanha em todos os carnavais.

Acompanhada da dor, ela sobe no ônibus e vai, com seus tênis All Star falsiê, até o lugar onde estão alguns amigos, amigos de amigos e amigos dos amigos dos amigos. Todos que, até o fim da noite, se tornarão seus amigos.

É sempre assim: Maquiagem, dor de cotovelo, All Star... Todos os anos.

Mas falta citar que também há sempre um cara que ela escolhe, cada carnaval, no meio da festa, não para afastar a sua dor de cotovelo. Não... Esta não precisa de remédio, já foi afastada pela maquiagem.

Ela escolhe um homem, pra chamar de seu, alguém para acompanhá-la num frevo, para fazê-la se sentir a rainha da bateria quando houver um samba ou até para agarrá-la quando um forró deslocado aparecer na mala de uma carro para encrementar a brasilidade do carnaval.

Esse homem não precisa ser ninguém demais, não precisa ser ninguém igual ao Pierrô, basta só ser alguém.

Alguém que a beije até o fim da noite.

E que traga aquela coisa de felicidade banal, aquela felicidade que dure pelo menos até o fim do carnaval.

8.2.09

Confissões a nível de divã 1


-Pode falar, estou ouvindo.

-Nunca sei o que dizer.

-Então comece pelo que sente.

-Meu maior medo é esse... Sempre há falhas ou palavras repetidas, ou pior, não sei agir. Não penso e ajo.

-Esta é uma boa hora de pensar e agir, comece me dizendo como você faria.

-Acabo errando, acho que neste momento estou errada.
-Não, Você não está errada, faça do jeito que você tanto realiza, ande.

-Não sei... Posso estragar algo que amo para sempre. Essa coisa de ser errada sempre fez parte de mim. Essa coisa de ter medo sempre fez parte de mim. Sempre penso em mudar, me obrigo a isso, mas quando chega a hora, eu mesma paro.
-Acha mesmo que mudar é a solução? Seja você mesma.

-Só queria ser boa em algo, poder me orgulhar de mim.

-Deixe seus sentimentos te guiarem, eles vão te dizaer como agir certo, siga seu coração.

-Não sei se devo. Até quando eu estou demonstrando um sentimento, parece ser falso, porque não consigo fazê-lo certo.
-Não é falso, é apenas insegurança.

-É essa é a palavra certa... INSEGURANÇA! Sei que é, sabe por que? Não sei falar, não sei agir, nem sei me impor, nem o jeito certo de me expor.

-Muito bem! Então, o que você me diz?
Ainda não cresci.

1.2.09

Incomum


Olhar meus dentes não é nada comparado a ver seu rosto branco com seus olhos verdes cravados nele.

Seu olhar confuso de quando te vejo de cima, seu olhar decidido quando me encara.

Na minha vida, evitei encarar todos os meus amores para esquecer seus rostos facilmente, e consegui.

Será que seu rosto, seus olhos, seu olhar, vão se atrever a sair da minha vida um dia?

E você irá se atrever a estar comigo para sempre?

Seu jeito diferente de pensar, pensa o que de mim?

Seu jeito diferente de sentir, sente o que por mim?

Porquê você nunca diz que me ama? Talvez porquê nunca, antes de mim, ouviu "eu te amo"...
E agora que ouve, e se quiser ouve toda hora, porquê não responde?

Ou talvez seja porque não sente isso...

Acho que tantas perguntas devem ser como um abuso à sua intimidade tão bem guardada, sua forma de pensar que você oculta.

Não tenha medo de me mostrar quem realmente é. Não vou te deixar por isso, não quero perder você.

Porque não há nada comparado a ver seu rosto branco com seus olhos verdes cravados nele.

Nem olhar meus dentes.

22.1.09

Extraterrestre - pensamentos que voam


Vivo em outro planeta.

Outro mundo, sim.

Há uma imitação das características da sociedade terráquia, mas muito pouco usadas por mim, que sou extraterrestre.

Por exemplo, aqui na Terra, as pessoas têm seus pensamentos e lembranças, todos, dentro de suas cabeças.

Eu já me peguei pensando em cima de uma cadeira, numa pia, em 2 olhos, em um amor, em uma dor...

Mas nunca dentro de minha cabeça.

Tenho que guardar nomes em papéis, porque se colocá-los em minha cabeça, eles voam com o primeiro vento.

Meus pensamentos (que as vezes nem cabem na minha cabeça) se tornam tão maiores que eu, ao ponto de me darem a mão e me colocam nas costas para conhecer meu verdadeiro planeta.

Já fui deste planeta, já consegui me relacionar com as pessoas.

Agora, esqueci onde e quando colocar as palavras da língua terrestre e até mesmo sorrisos e seriedade.

Pelo menos, para não me mostrar tão estranho, me oculto atrás de fones de ouvido ou de um livro, na maoiria das vezes sabendo tudo o que se passa ao meu redor.

Ou então, simplesmente não me escondo, subo nas costas de um dos meus pensamentos e vou brincar de cavalinho no meu mundo

13.1.09

Felicidade que dura pouco

Um dia que passa tão rápido, é injusto por ter ido logo.

No começo agente acha que é sonho, demora a se acostumar e fica com uma alegria enorme e confusa.

As horas vão se passando, e finalmente, agente aceita e, de tão feliz, esquece de não se acostumar(pois é somente por um dia), se sentindo numa espécie de paraíso.

E aí, a Lua Cheia chega, anoitece, e o dia está começando a ir embora, e os momentos vão junto, todos juntos...

Só ficam as lembranças e a dor da rasteira que agente leva para largar as coisas boas.

Eu não sei como agir essas horas.

Às vezes só lembro.

12.1.09

Sozinha

Não sei se fui feita para ficar só, para ser sozinha.

Não sei também se o que eu considero estar só é realmente solidão.

Muitas vezes eu sinto o vazio de quem não tem uma companhia ao lado, mesmo tendo várias pessoas ao meu redor...

Nas vezes em que parece haver uma multiplicação dos pares, todas pessoas sorriem para alguém ao lado, todos conversam e dividem idéias ou apenas simpatia. Eu divido comigo mesma todas as idéias, sorrisos e simpatias.

Divido ao meio uma alegria que fica com a outra metade perdida, em algum lugar onde eu mesma me perco às vezes.

Não sei onde ficam e nem para onde vão todas as outras metades das coisas em minha vida. Elas todas estão soltas por aí.

Pelo menos aprendi que posso ocupar 2 lugares. Consigo estar comigo ao invés de me sentir só.

No meu lado, me sinto uma tagarela falando comigo os segredos que não podem ser divididos com ninguém mais.

Não gosto.

Mas o que parece, é que fui feita para ser minha companheira...

Ou será que estou errada?

Gostaria muito de estar errada de verdade.

2.1.09

Presentes


Tava olhando algumas das coisas que deixaram minha vida no ano passado.

Foram coisas importantíssimas, das quais tenho mais que lembranças dentro de mim, tenho o cheiro, o gosto, o calor. Elas são como um cristalzinho que o Sol deixou cair todos os dias em que nasceu.

Delas eu sinto saudade. Lembro e pareço ainda vivê-las. Mesmo tendo uma distância muito grande entre mim e elas, fecho os olhos e as vejo passando por mim como uma rotina inacabada, uma rotina que ainda vai fazer parte da minha vida por muito tempo.

Isso tudo me é tão confuso que, no fundo, a incerteza fica dentro de mim, eu sei que elas se foram porque é natural que tenham ido, me deixaram. Mas será que eu as deixei?

Não sei. Esta é uma das muitas coisas desconhecidas para mim, não sei responder só vivo.

Aproveitando, por falar das coisas que me deixaram, não só perdi. Ganhei muitas coisas também.

Peguei tudo o que ganhei e coloquei em cima da minha cama, espalhei todas para sorrir e agradecer pelos presentes. A maioria ganho todos os dias desde o começo da minha vida, outras são presentes de 2008 mesmo.

Adoro todos eles.

Mas o presente que mais me conquistou é um par de olhos verdes.

Esses eu ganhei em frente ao Mar, trazidos pela Maresia num beijo do Vento. Desde a primeira vez que vi, soube que eram presente de Deus.

Eles são bem verdes mesmo!

De dia consigo reparar nas pupilas, que de tão grandes, são quase do tamanho da íris. Na escuridão, à noite, os olhos verdes ficam incolores, transparentes que, se olhados diretamente assustam.

Mas olhando do jeito que eles me olham, eu só sinto flutuar.

Os meus olhos verdes me olham esquadrinhando meu rosto, e às vezes, me examinando com a ponta dos dedos.

É dificil não perder a concentração olhando para eles. Eu me perco da minha alma se me deixo hipnotizar por eles.

Eu os amo.

Amo tanto que sonho com eles, mesmo os tento ao meu lado à noite.

Quero tê-los para sempre comigo.

Quero tê-lo para sempre em minha vida.

Se tornaram preciosos para mim. E sei que neste ano novo os verei muito, será o começo de um par de olhos verdes em minha vida de olhos castanhos.